Esqueça as antigas pás de pedreiro.
Hoje, as obras contam com equipamentos que aumentam a produtividade,
como lixadeiras elétricas, pernas mecânicas que ajudam na pintura de
tetos e pistolas de tinta que substituem os pincéis e rolos. Algumas
inovações são criadas de acordo com a necessidade dos canteiros e há
avanços na construção de moradias pré-fabricadas. Um parque tecnológico
voltado para pesquisas de novos produtos para o setor, com investimentos
de R$ 25 milhões, deve ser construído neste ano, no Distrito Federal.
“O mercado já oferece sondas
automatizadas para a investigação de terrenos, máquinas de múltiplas
aplicações, com funções de empilhadeira, pá carregadeira e guincho; além
de britadores de resíduos e guindastes com maior capacidade”, diz
Wilson Shoji Iyomasa, professor do curso de engenharia civil da
Universidade Anhembi Morumbi. A aceleração de obras relacionadas com a
Copa e com residências de interesse social, além de novas redes de
infraestrutura, linhas metroviárias e rodovias, deve movimentar a
indústria de equipamentos para a construção civil, durante 2012, avalia.
A maior parte dos produtos que usa tecnologia de ponta é importada.
Pernas mecânicas, feitas de alumínio, substituem os andaimes para serviços de pinturas de forros.

“O mercado brasileiro vai experimentar avanços em tecnologias
embarcadas, no uso de novos materiais para aumentar a capacidade de
construção e em equipamentos para reciclagem de materiais, por conta de
questões de sustentabilidade”, diz Iyomasa.
Sediada em Camboriú (SC), a Via Trade se
especializou na importação de máquinas, ferramentas e equipamentos para
o setor. Mais de 85% dos clientes são pequenas e médias construtoras. O
negócio começou em 2005, com três funcionários e hoje emprega 80
colaboradores, com um faturamento de mais de R$ 6 milhões. “Vendemos
mais de 30 tipos de produtos”, explica a diretora Roberta Quentel de
Mello. Os equipamentos mais procurados são cortadoras de paredes que
chegam a cortar um metro de tijolo em menos de 20 segundos, minigruas
para a elevação de cargas de até 500 quilos e escoras metálicas que
substituem a madeira.
Na SH, empresa fluminense que vende e
aluga formas, andaimes e escoramentos, as principais novidades em 2012
são formas de alumínio para paredes de concreto e mesas deslizantes para
escoramento de lajes. No ano passado, para incrementar as vendas,
investiu na segmentação de entregas por tipo de cliente e ramo de
construção. “Criamos um site para compartilhar ideias entre clientes,
fornecedores e universidades da área da construção”, conta o diretor de
negócios Marcelo Milech.
A SH também ficou conhecida no mercado
por criar o Lumiform, uma forma para concretagem rápida de casas e
apartamentos, em ciclos de dois dias de construção. De acordo com a
empresa, as formas substituem os blocos de alvenaria e eliminam as
etapas de chapisco e reboco, cortando custos e prazos, com até 85% de
ganho de produtividade. “A residência fica liberada para acabamento já
com as tubulações e a montagem funciona como um ‘lego’, encaixando as
partes de acordo com o projeto.”
“A tendência no setor é a maior
industrialização dos processos produtivos na construção civil, com novas
tecnologias ligadas à preservação do ambiente”, diz Paulo Simão,
presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). A
entidade mantém um programa de inovação tecnológica (PIT) para estudar e
definir diretrizes para o desenvolvimento e difusão de novas invenções.
Na área de casas pré-fabricadas, a
paranaense Terra Brasil também desenvolveu um conjunto de vigas e
painéis de concreto armado para paredes, voltado para moradias de portes
variados. O sistema promete reduzir a necessidade de mão de obra e não
usa formas de madeira.
“O segmento de construção em moldes
industriais ainda é pouco explorado e precisa desenhar melhor custos e
processos para ganhar mercado”, avalia Sérgio Guimarães Pereira Jr.,
diretor da Vallor Urbano, empresa especializada em urbanização.
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