SÃO PAULO – Em audiência pública  realizada na terça-feira (14) pela Comissão de Defesa do Consumidor da  Câmara dos Deputados, os parlamentares criticaram a cobrança de  assinatura básica  da telefonia fixa, as empresas do setor afirmaram que  a redução da tarifa desequilibraria o setor e os órgãos de defesa do  consumidor defenderam mudanças nas tarifas cobradas.
No encontro, a advogada da Proteste – Associação de Consumidores,  Flávia Lefévre, afirmou que desde a privatização do setor, em 1998, o  valor da assinatura aumentou 2.500%. “Isso pesou no bolso do brasileiro  que não teve a renda aumentada nessa razão”, disse, de acordo com a  Agência Câmara.
“A assinatura é injusta, alta e abusiva”, assinalou o deputado  Weliton Prado (PT-MG). De acordo com o parlamentar, o fim da cobrança é o  principal motivo de ligações para o Disque Câmara (0800 619 619). Na  Casa tramita um projeto de lei (PL 5476/01) que prevê o fim da cobrança  da assinatura básica. A medida, segundo a agência, motivou 540,2 mil  ligações apenas no ano passado.
O superintendente de serviços da Anatel (Agência Nacional de  Telecomunicações), Roberto Pinto Martins, explicou que o valor da  assinatura básica tem o objetivo de cobrir gastos que independem do  número de usuários, como os custos com a manutenção da rede e  equipamentos.
Impactos no setor
“Nossa assinatura é mais barata que em muitos países como Espanha, Reino Unido, Chile, Alemanha, Austrália, entre outros”, afirmou o diretor executivo do Sinditelebrasil (Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal), Eduardo Levy.
“Nossa assinatura é mais barata que em muitos países como Espanha, Reino Unido, Chile, Alemanha, Austrália, entre outros”, afirmou o diretor executivo do Sinditelebrasil (Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal), Eduardo Levy.
Para ele, a redução da tarifa da assinatura básica teria forte  impacto no setor, causando desequilíbrio. Como argumento, Levy disse que  outros segmentos como água e energia também possuem assinatura. “São  serviços com estrutura de custo semelhante à da telefonia”.
De acordo com Martins, da Anatel, as despesas das operadoras de  telefonia fixa são maiores que as da telefonia móvel. Ele argumentou  ainda que a assinatura básica é cobrada em 182 países. “Apenas Guatemala  e Irã não cobram”.
Baixa renda
Durante a audiência, Martins afirmou que a agência estuda criar uma assinatura básica de R$ 14 para as famílias de baixa renda cadastradas nos programas sociais do governo. A medida pode ser incluída no Plano Geral de Metas de Universalização da Telefonia Fixa, que estabelece metas às concessionárias para o período de 2011 a 2015.
Durante a audiência, Martins afirmou que a agência estuda criar uma assinatura básica de R$ 14 para as famílias de baixa renda cadastradas nos programas sociais do governo. A medida pode ser incluída no Plano Geral de Metas de Universalização da Telefonia Fixa, que estabelece metas às concessionárias para o período de 2011 a 2015.
Para Flávia, da Proteste, ainda que a assinatura caia dos atuais R$  40 para R$ 14, dificilmente as famílias de baixa renda vão aderir à  telefonia fixa. “Essas pessoas vão comprar comida”, disse. “A população  de baixa renda fica refém do telefone móvel pré-pago que só recebe  chamadas”.
A advogada alerta que a tarifa no patamar em que está impede o acesso  das famílias ao produto. E que hoje há 44 milhões de acessos fixos  instalados, mas só 32 milhões contratados. “Os acessos que  crescem hoje  no Brasil são da classe média que assina os combos de telefone,  televisão por assinatura e internet em banda larga”.

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