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Casa quebra-cabeça

Nos EUA, casa "em reforma permanente" reúne objetos de luxo e coisas resgatadas do lixo. Casa quebra-cabeça passa de 280 para mais de 1 mil m² para acomodar relíquias arquitetônicas.


 Sobre a mesa de jantar, um lustre de cristais que estava completamente coberto pela poeira quando o colecionador John Archer o adquiriu:


 A porta de folha dupla do antigo Danvers State Hospital, em Danvers, Massachusetts, foi recuperada logo após a luta pela preservação e restauro do prédio ter sido perdida. John Archer incorporou a peça à estrutura de sua casa:

 

 A pintura de Thierry Poncelet retrata um gato - vestido a rigor - que se assemelha ao felino (bem vivo!) Otto, um dos bichos que vivem na casa do colecionador John Archer:
 

 Família “quatrocentona”
 
Na verdade, a família de Archer está nessa parte de Massachusetts desde o século 17. O pai dele era dono de uma companhia de seguros e, embora Archer tenha se formado em Literatura, quando tinha 30 anos e seu pai faleceu, fez o esperado e assumiu os negócios familiares. “Eu não exatamente sonhava com os negócios no mundo dos seguros, mas eu sabia que era preciso ir trabalhar”, conta.
 
Não obstante, ele amava e colecionava antiguidades desde criança e, por um curto período de tempo, trabalhou como corretor imobiliário. Então quando esta casa, que fora construída no final do século 19, foi colocada à venda, Archer comprou com um amigo, de quem ele comprou a parte depois.
 
Quatro linhas de janelas resgatadas de uma mansão de Gloucester em reformas, agora fazem uma das paredes da sala de jantar da casa em constante mutação do colecionador John Archer, em Danvers, Massachusetts.
 
Archer queria a casa, em parte, porque precisava de espaço para o seu piano - que afirma ter pertencido a Harold Bauer, um pianista que fez turnê pela Rússia, utilizando-se do instrumento, no século 19. (O colecionador mostrar uma fotografia como prova, embora fosse necessário ser um pianista forense para confirmar a afirmação).
 
Pelo fato de a casa não ter nenhum traço arquitetônico digno de nota, ele não sentiu remorso em construir anexos aonde bem entendesse. E em dois acres, havia espaço o bastante para expandir. Alguns dos tesouros adquiridos - como a parede de vidro colorido que separa seu quarto do banheiro - vieram de comerciantes de relíquias de arquitetura, outros de grandes mansões demolidas.
 
 E tudo tem uma história – como as janelas de vidro da sala de jantar, que ele encontrou há 20 anos: “meu arquiteto me ligou de uma mansão em Gloucester e disse que eles iriam reformar a casa, e a dona dizia: ‘tira isso, não quero mais’”, conta Archer sentado em sua sala de jantar, onde o sol dava um espetáculo através das vidraças tão impressionante, que a ideia de tê-las destruídas parece mesmo um crime.
 
“Eu as guardei durante três anos na minha garagem. O projeto de Gloucester acabou e, depois que as janelas foram instaladas em minha casa, recebi uma ligação da nova proprietária da casa dizendo: ‘ouvi dizer que você está com as minhas janelas e eu gostaria de tê-las de volta’. Eu disse que não, que aquelas janelas eram minhas, eu tive que pagar algo como US$ 1.5 mil por elas. Algumas horas depois ela ligou de novo e pediu desculpas, e disse: ‘na verdade eu sou muito legal’”, relembra o colecionador.

Há também várias ótimas cadeiras no sótão ou no estábulo ou na garagem. Ele pode vê-las em uma varanda ensolarada, repintadas. Sem espaço para o acréscimo de uma nova ala? Claro que sim. Ele pode expandir para trás da biblioteca. “Eu acho que as coisas nunca estão finalizadas”, diz. “Que coisa chata".



Fonte: UOL Mulher  









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