Valorizado pela arquitetura modernista, o material ressurge com força total e ganha imitações práticas e superfiéis.
Plasticidade única:
Quem entra na sala deste apartamento nos Jardins, bairro paulistano, jura que uma das paredes é revestida de concreto. O material, porém, é o estuque veneziano, uma técnica artesanal dos tempos do Renascimento italiano. “Gosto desse efeito manchado”, diz o arquiteto Toninho Noronha, autor do projeto. “Além disso, o cinza é uma cor neutra. Ele combina bem com qualquer outro tom.”
Estruturas à vista:
Em Higienópolis, o prédio deste apartamento de 170
m² foi um dos primeiros projetados pelo arquiteto Abrahão Sanovicz
(1933-1999). “Como um bom modernista, ele tinha uma preocupação com a
construção modular. Na obra, descobrimos 16 pilares de concreto e
descascamos todos”, conta Gustavo Calazans, responsável pela reforma.
Entre o estar e a sala de jantar, o elemento arquitetônico ganhou
polimento. Onde encontrar: mesa de jantar de Luciana Martins e Gerson de
Oliveira para a Ovo e cadeiras, de Arne Jacobsen (Tok Stok). O
pendente RK04009 é da Reka, e o tapete, da Clatt. Sem juntas de
dilatação, este piso de concreto não trinca como o cimento queimado.
Aplicado sobre o contrapiso, recebe, depois de curado, uma massa de
cimento polvilhada com pedrinhas de granilite. Uma lixadeira produz o
acabamento polido.
A textura de paredes Eco, da Terracor, leva 50% de materiais reciclados. Disponível em 16 cores, custa de 40 a 60 reais, o m².
Urbano chique - O arquiteto Guilherme Torres investe em bases neutras
para brincar à vontade com cores e estampas. “Uso texturas cimentícias
com frequência. É um material contemporâneo, de fácil aplicação e custo
acessível. Eu me interesso também pela atmosfera industrial que elas
recriam”, afrma.
Neste apartamento, a aparência de concreto se restringe às paredes, mas,
não raro, Guilherme a estende para piso e teto. Onde encontrar: do
designer inglês Tom Dixon, a luminária e o banquinho vieram da loja
Miniloft, assim como o sofá, o tapete e a cadeira da Diesel. A imagem é
do fotógrafo Roberto Wagner. Cimento polimérico (Mr. Cryl) recobre esta
parede, aplicado como uma massa-corrida. Após duas demãos, passam-se uma
lixa fina e, por último, verniz para a proteção. “É rápido de fazer e
não exige mão de obra especializada”, diz o arquiteto.
Com apenas 1 cm de espessura, o piso cimentício Slim Classic, da Solarium, é antiderrapante. Por 156 reais, o m² (75 x 75 cm).
Elegância bem dosada - Os donos deste apartamento desejavam ter o
concreto aparente entre os revestimentos escolhidos para o projeto de
design de interiores, criado por Francisco Cálio. Não por acaso, na área
de refeições, a mesa é de concreto e o piso, de porcelanato, imita o
material. “Preferi usar as placas industrializadas, em vez de cimento
queimado, porque a durabilidade delas é incrível”, diz. Para espantar a
frieza, as cadeiras têm tons vivos.
Onde encontrar: cadeiras Myto, do
alemão Konstantin Grcic, e sofá da Miniloft, pufe da Futon Company e
estante e bufê de A Caixa Marcenaria. A tela, apoiada no piso, é da
Galeria Virgílio. Placas de porcelanato, de 60 x 60 cm, compõem o piso
Urban Concreto (Portinari). Já a mesa foi feita com uma mistura de
cimento queimado comum e branco para resultar em um tom mais claro,
protegido com resina incolor (Acquella, da Ot to Baumgart).
O piso de granilite, da Grani-torre, combina massa de mármore, calcário, quartzo e cimento. Por 86 reais, o m² aplicado.
Símbolo modernista - Quando foram chamados para reformular este
apartamento, de arquitetura assinada pelo renomado Paulo Mendes da
Rocha, Antonio Ferreira Junior e Mario Celso Bernardes decidiram incluir
o concreto no projeto. “A infuência modernista aqui era muito forte”,
diz Junior.
Em vez de descascar a alvenaria, eles optaram por um método mais
simples: uma massa que reproduz o efeito do material veste algumas
paredes. Onde encontrar: cadeiras e mesa B, do alemão Konstantin Grcic,
com tampo de alumínio, da Micasa. O lustre dos anos 1970 é da Filter, e a
passadeira da região africana de Magrebe, da By Kamy.
Da coleção Memória HD, da Portinari, este porcelanato, de tom off-white (60 cm x 1,20 m) custa 189,90 reais, o m², em média.
As tintas de tom Cinza Alpino*, da Coral (1), e Concreto*, da Suvinil
(2), reproduzem a cor do material. Na Tintas MC, por 55,80 e 51,30
reais, respectivamente (3,6 litros).
Nenhum comentário:
Postar um comentário